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história #15: kelly, a irmã

Vamos lá, cansada, entediada, na TPM, então resolvi escrever ao invés de matar! (brincadeira *hahahaha*)

Como eu conheci você e seu blog?

Você me conhece desde que eu nasci e eu a conheço desde que você tinha 1,3 anos.

Seu blog é mais novo: desde que você o criou. Só que eu não era tão assídua quanto hoje, até porque meu jeito bicho grilo de ser queimava neurônio com praia, balada e “dormes sujo” ao invés de ser com internet.

Mas, foi no seu blog que eu percebi o quanto somos parecidas e o quanto somos diferentes. Parecidas porque percebemos que muitos dos nossos problemas, sensações e reações vem da mesma base e Diferentes porque você é de peixes e chama Ivanaizeee e eu sou de câncer e chamo Kelly.

Foram suas palavras no blog que me fizeram entender que eu também sou normal. Que querer matar alguém ou odiar alguém de vez em quando não é pecado (desde que eu não chegue as vias de fato). Foi através de seus textos (as vezes longos) no blog que eu descobri a grande fragilidade escondida atrás dessa pessoa aparentemente tão forte.

Também foi por causa do blog que a gente ficou muito mais próxima, mesmo estando longe. Essa proximidade é praticamente uma terapia matinal e não dá pra descrever o quanto isso me faz bem (só que fica caro).

Espero que fique orgulhosa em saber que por causa dessa terapia matinal eu sou outra pessoa. Ainda sou um cavalo sempre com ferraduras novas e prontas para uso, mas madura, dona de si, confiante, segura e realizada pessoalmente e profissionalmente.

Foi por sua “culpa” e por ter você como exemplo que hoje eu sou uma das poucas pessoas (que eu conheço) que afirma estar na profissão certa e A-M-A-R o que faz, apesar de ser uma batalha diária (mas quem disse que ser feliz é fácil?).

Mas nem tudo é perfeito. Eu NÃO aprendi a cozinhar, NUNCA fiz suas receitas e simplesmente quero passar LONGE da cozinha, a não ser que seja pra comer. Taí algo que você simplesmente não me influenciou, e isso é bom porque mostra que eu não sou tão influenciável viu?.

Ah, você é culpada por eu gostar muito de ler, do tipo de leitura, por eu falar muito, por eu conseguir me expor (um pouquinho) em público e por perceber que eu sei fazer comentários divertidos.

E para falar de culpados. Considere seu blog CULPADO por me fazer entender melhor os seus sentimentos e também por me apresentar queridos como a MaWá o Weno, o , a Denize e etc., etc. e etc.

Beijo linda

PS.: Agora vai e coloca meu nome no sorteio, mas pula a receita, a não ser que ela venha em espécie. *hahahahahaha*

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a keké é minha irmã mais nova e uma pessoa essencial na minha vida. hoje somos amigas íntimas, confidentes, muito mais que irmãs. mas essa história não foi assim sempre linda e sem percalços 🙂 aliás, tenho publicado as histórias na ordem em que chegaram, mas a dela eu antecipei, porque hoje é aniversário dela, ok?

quando morávamos na mesma casa (a dos nossos pais), o relacionamento oscilava entre amor e ódio, como é comum entre irmãos. às vezes nos adorávamos e fazíamos tudo juntas, em outras épocas mal nos falávamos. acabo de ter uma sacada muito importante: a adolescência normalmente se trata de romper laços principalmente com os pais, ser “do contra” e provar que você é um indivíduo diferente (distinto) deles. a minha adolescência foi muito mais relacionada a romper com meus irmãos, que sempre foram minha referência e apoio na vida. não sei o que seria de mim, quem seria eu sem meus irmãos!

quando fui pra faculdade, com 17 anos, “rompi” com meus irmãos radicalmente. me afastei deles de forma brusca, acho até que fui escrota. sei que meus irmãos sempre me tiveram como referência. não deve ter sido fácil lidar com meu afastamento. procurei pessoas para me cercar que de certa forma eram o inverso deles e da minha família, e passei 2 ou 3 anos “rebelde”, dando valor somente pra esses amigos novos. até que percebi que aquilo era tudo bobagem e demorei mais uns 4 ou 5 anos pra achar quem EU era. independente da minha família e dos meus amigos (novos ou velhos). foram anos malucos.

no meio destes anos malucos, eu e keké decidimos sair de casa e morar sozinhas, as 2. foram anos interessantes, mas com vários problemas de relacionamento… como ela disse, ela é parecidíssima comigo e ao mesmo tempo somos inversas em certas coisas. ela é organizada, adora deixar tudo limpo e direitinho. eu sou caótica, não ligo pra bagunça.

nós já nos desentendemos muito, mas hoje conseguimos conversar e nos entender, mesmo quando não concordamos. é verdade que foram anos de aprendizado das duas partes, e nos reaproximamos aos poucos, nos re-conhecemos. e descobrimos que temos tantas coisas em comum (além do amor uma pela outra, é claro!) que tínhamos que ser amigas. e assim foi.

kelly, minha irmã querida: sua existência e presença na minha vida são fundamentais. não sei como agradecer seu apoio, seu bom (mau) humor, as conversas diárias. nossa história é cheia de coisas divertidas e também de dificuldades, mas uma coisa nunca faltou: a certeza que você estava lá, se eu precisasse. eu não sou daquelas que pede ajuda, como você bem sabe, mas estou tentando mudar. às vezes uma ligação pra desabafar já é suficiente, e você me ajuda mais do que jamais vai entender.

eu sei que não estive muito presente no nascimento da julia (minha vida estava um tanto complicada nessa época. o blog já existia, aliás, e é testemunha!) e por isso mesmo considero um privilégio ter você tão perto no nascimento do piolho. você vai ser a tia que vai dar bronca nele, tá? (já que a paula vai ser a tia que mima) obrigada por compartilhar seu tempo e sua vida comigo.

eu amo você mais do que você imagina, tenha certeza. me orgulho muito da mulher incrível na qual você se transformou, admiro sua persistência, organização e disciplina (tudo o que me falta!). ainda tenho instinto de proteger você, como irmã mais velha que sou, mas você não precisa mais de mim pra te defender… não é mais aquela menina pequenininha (ok, você ainda é pequenininha) e desprotegida. virou um pittbullzinho que sabe se virar 🙂

conte comigo sempre, minha irmã querida. e continue lendo o blog, tá? porque aqui às vezes eu digo coisas que não sei dizer quando falo. preciso das letrinhas pra me ajudar a organizar os pensamentos e os sentimentos.

e agora não pode mais dizer que não fez NENHUMA receita minha, afinal você fez a torta de liquidificador ontem 😀

beijo, te amo.

One comment to “história #15: kelly, a irmã”
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