calor
digam o que quiser, eu amo o calor. adoro essa sensação de estar úmida, de sentir-me fresca quando bate um ventinho. é uma carícia e um alívio, sempre fecho os olhos quando vem a brisa. estar perto do mar de fato causa efeito, já não sei mais se é da minha cabeça, se é a menstruação (a sensação de estar sempre um tanto molhada e pronta, se é que me entendem) ou se é esse cheiro maravilhoso de maresia, mas fico alerta e cheia de prazeres latejando aqui em mim. tenho vontade de tirar a roupa, de ouvir música e comer coisas melequentas.
estou lendo afrodite, da isabel allende (maravilhoso presente mandado pela carol, estou adorando cada linha) e a cada página fico mais encantada. eu sempre soube que as pessoas que têm prazer em comer, que se entregam à gula por puro prazer, são mais luxuriosas. há os que comem compulsivamente, cheios de culpa, não comem por prazer. há os que não comem pois não vêem muita graça. há os que comem qualquer coisa, pois tanto faz. pobre deles. imagino o sexo tenso ou sem-graça, a diferença entre comer ossobuco entre gemidos de prazer, saboreando o cheiro e a textura, além do gosto marcante, e as caras de nojo e recusas polidas (nem gosto de imaginar a comilança sem sutileza de quem enfia quilos de comida goela abaixo sem nem ver o que come).
mas eu falava de calor… pois é, o calor me deixa com tesão. a brisa secando o suor me deixa com tesão. uma omelete malpassada me deixa com tesão. frutas suculentas também. cheiro de gente no calor me deixa tontinha (de prazer), mas eu disfarço, porque me chamam de louca.
essa cidade mexe comigo, me tirem daqui rápido 🙂