pois pra quem não sabe eu sou uma moça prendadíssima. eu cozinho, lavo e passo, entre outras coisinhas mais. não só isso: eu cozinho bem e adoro cozinhar, o que já é meio caminho andado. mas eu gosto mais de salgados que de doces e, claro, costumo cozinhar mais pratos salgados. não tenho o menor medo de tentar, porque pratos salgados dificilmente se estragam sem conserto. sempre se dá um jeitinho no que não saiu exatamente do jeito que a gente queria, principalmente quando se é cozinheira velha de guerra (considere que eu cozinho com muita freqüência desde os 12 anos, faz a conta, noves fora…)
mas eu fiz essa introdução gigante pra contar que venho me arriscando no campo misterioso dos doces, pé ante pé. um bolo aqui, uma torta ali, mousse de chocolate, estou ganhando confiança. tem gente que demora a sair do lugar por insegurança e excesso de cautela, certo? pense no caso inverso: alguém que faz merdas homéricas, comete enganos e paga micos porque não aguenta esperar, quer testar e ver o que acontece e… sim, muito prazer, esta sou eu.
depois de ter cometido na semana passada um bolo de fubá cremoso com adoçante e margarina light (eu não tinha açúcar em casa e os vizinhos não estavam) eu resolvi fazer o gosto do meu namorado e preparar um bolo de fécula de batata. pois é, o nome não ajuda, e pra completar eu não tinha nenhuma receita. liguei para a super-mãe e ela me deu a receita de um bolo-de-bolo que eu, ousadamente, adaptei. aqui está a bichinha (adaptada):
3 ovos (as claras separadas, em neve)
2 xícara de farinha de trigo
1 xícara de fécula de batata
1 xícara de açúcar
1 xícara de leite
1 colher rasa de essência de baunilha
1 colher rasa de fermento
1 colher cheia de margarina/manteiga sem sal
faça aquela gemada básica com o ovo, açúcar e manteiga. quando ficar bem clarinho, pode colocar as farinhas e o leite, batendo bem. se achar que ficou muito dura a massa, coloque um pouquinho mais de leite. coloque o fermento, misturando bem, e incorpore as claras em neve, com carinho. coloque a massa em forma untada e enfarinhada e leve ao forno até dourar.
e aí é que mora o perigo… a inventora aqui, além de colocar no meio de uma receita que só tinha farinha de trigo uma xícara de fécula (o que diabo é isso, afinal?) ainda deixou o fornão quente e alto. coloquei o bolo lá pra assar e fui ver outra coisa. quando eu volto… o bolo escorria da forma como se fosse um vulcão! tinha crescido absurdamente e escorria forno adentro, deixando aquele delicioso cheiro de bolo queimado pela casa. eu, desesperada, tentava arrancar os pedaços grudados no fundo do forno, tentava não abrir demais o forno e tentava jogar o bolo escorrendo de volta para a forma. foi uma cena dantesca, eu lutando com o bolo e tentando convencer meus furões que o forno ligado não era um bom lugar para entrar ou conhecer. depois de conseguir salvar o fundo do forno (coloquei papel-alumínio e deixei escorrer) e meus furões, eu liguei para a mãe, desesperada. e ela, rindo muito, mendou eu abaixar o forno.
abaixei e tentei não olhar para o bolo-aleijadinho. ele estava o próprio corcunda de notre dame, com uma corcova gigante de um lado e uma depressão escorrida do outro. a corcunda era de crescimento desmedido, o resto do bolo até pareceria normal se não fosse o acidente. fechei a cozinha, deixei o bolo lá, em fogo baixo, e fui pra sala. voltei depois de meia hora, pronta para ver o bolo completamente solado, mas que nada: estava lá, igualzinho (só que mais dourado).
testei com o famoso palito (seco!) e tirei do forno, coloquei na pia, esperando que agora sim, ele ia solar. meia hora depois ele estava idêntico e eu pensei: deve estar um pudim gosmento e duro, passado, embatumado, péssimo. e não vai desenformar, claro, vai quebrar e eu vou jogar tudo fora, arrasada. surpresa de novo: o bolo desenformou e saiu perfeito. e mais: ficou fofo, gostoso, levíssimo!
moral da história: arrisque! se não ficar bom no fim das contas, pelo menos você tem uma história incrível pra contar 🙂
Se eu tentar contar você não acredita, ou sim… ontem tentei fazer o mesmo bolo de fubá com queijo que você postou (me deu vontade só de ver a receita). Mas moro com meu irmão, e não compramos batedeira até agora, então bati o bolo na mão, inclusive as claras em não-neve, imagina o bloquinho que aquilo ficou? =) pus manteiguinha pra tentar engolir haha
Mas eu gosto mais de fazer doce que salgado!
Minha mãe fazia este bolo quando eu era criança!! Fica uma delícia!
Oi gatinha. Quem não arrisca não come bolo gostoso.
A vida é um eterno risco e, se não nos arriscamos, não vivemos.
beijo gostoso
Zel, não consigo parar de rir da sua receita!!!
O famoso bolo-vulcão… =)
Oi, Muié! Feliz Páscoa pr’ocê!
Sabe o que eu estou precisando? De uma receita de molho bechamel fácil de fazer… eu apanho tanto para fazer bechamel :/
beijos!
Zel, fiz o bolo de fuba cremoso, com a sua receita e pasmem deu certo, só que em vez de fazer passo-a-passo bati tudo no liquidificador inclusive as claras, so deixei p/ colocar por ultimo o queijo e o fermento.
Bigadinha a receita ficou otima
Bjs,
Re
PS: SEI QUE ESTOU DE DEVENDO UM PORTA RETRATOS(DO ESCAMBO) MAS É QUE A MINHA VIDA ESTA UMA LOUCURA
kkkkkk..como sempre, magnifica !
Mil bjos
Shade