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Entries from May 2017

pra sempre, mas não tanto

May 22, 2017 · Leave a Comment

[22-maio-2016]

Otto fica super carinhoso perto da hora de dormir. Abraça, beija, fala que ama, uma graça.

Hoje ele me abraçou forte, beijou e ficou lá abraçado. Apertei ele, muito, abracei e beijei e falei “vou ficar assim abraçada pra sempre!” — “pra sempre não, mamãe, é muito tempo. Só mais um pouquinho!”

❤️❤️❤️

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Don’t you cry no more

May 22, 2017 · Leave a Comment

[22-maio-2016]

Hoje é daqueles dias que a gente só sobrevive porque ama muito. Otto tava insuportável. Nível 0800-disque-homem-do-saco.

Belzebu-menino veio fazer visita.

“Não vou sair!”
“Não vou comer!”
“Não vou ouvir!”
“Não vou sentar!”
“EU NÃO ESTOU GRITANDO!!!!!”
(Nessa última os pais de cesárea tiveram um ataque de gargalhada e a criança chorou mais ainda porque “NÃO É ENGRAÇADO!”)

O.dia.to.do.

“Não vou guardar os brinquedos! Eu não!” (E sai correndo)

Eu: “OK, Otto. Eu vou guardar os brinquedos, mas DE VEZ. Você vai ficar sem brincar com eles por 1 dia, e se não mudar esse comportamento eu aumento pra 2, 3…”

Otto: “então vou ficar TRÊS DIAS sem brinquedos! E não vou guardar!”

Bem, pelo menos o quarto vai ficar organizado, com essa lógica.

Amanhã passo ali no Mosteiro São Bento e peço um vidrinho de água benta, pra colocar escondido na garrafinha. Pior caso a gente chama os Winchester.

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Fada do Dente

May 19, 2017 · Leave a Comment

Na noite que perdeu o 2o dente foi um furdunço aqui porque o Otto não queria dormir de jeito algum.
O: “mas eu quero VER a fada do dente! Não vou dormir!”
Eu: “ihhh mas se não dormir ela não vem não, já aviso.”
O: (bateu as mãozinhas no colo tipo WTF?!) “ahhhhhh, não?! Igual ao Papai Noel?!”
(HHAHAHAHHAHAHA)
Eu: “igual. Ou dorme ou ela não vem.”
O: “e por quê?!”
(Fudeu. Pensa, loka)
Eu: “não sei. Só sei que é assim.”
(Obrigada, Chicó)
O: (…) “ahhhh. Tá bom então né.”
Dormiu, e ganhou a moeda e adorou.
Mas…

**

Dia seguinte, Fernando me chama no canto:

F: “olha só — você e Otto conversaram sobre a moeda da fada? Combinaram alguma coisa?”
Eu: “não, ele achou, pegou, comemorou e pronto.”
F: “então… ele veio me dizer que essa história da fada deixar uma moeda só não dá. Que era pra deixar pelo menos 4!”
HAHHAHAHAHHAHAHA!
Eu: “oi?! Tá doido, inflacionou o mercado do dente? De onde ele tirou isso?”
F: “não sei, acho melhor mandar bilhete pra escola e perguntar.”
Tá puxado esse ano. Depois do Temer cair o mercado do dente vai subir e sei lá o que vai ser.

**

Maria veio me contar que ela elogiou a moeda que ele ganhou da fada, e ele respondeu:
O: “eu acho que meu dente valia mais, sabe?”

😀

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Porco-espinho

May 18, 2017 · Leave a Comment

[16-maio-2014]

Ser mãe é passar vexame. Fomos hoje comer pizza com os amigos queridos Alexandre, Patricia e suas meninas. O Otto adora eles, cheguei bem animada com ele, estavam os 4 nos esperando.
Eu: “olha, Otto! A Paty, o Alê, as meninas, dá oi!”

Otto: “oi.”

Eu: “vamos lá, escolhe onde você vai querer sentar?” (eles todos na mesma fila, pra ficar de frente pra gente)

Otto: “quero sentar EM OUTRA MESA”

(cara da mãe cai no chão)

Eu: “ha-ha-ha” (senta, moleque, argh)
Aí a Clara (6 anos) trouxe um band-aid de presente pra ele e tudo deu certo.
Desculpe, universo, pelo meu filho ser assim um porco-espinho.

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Manhê!

May 18, 2017 · Leave a Comment

[16-maio-2013]

Otto começou a brincar sozinho, com seus livros e brinquedos, e não sei nem explicar como isso é legal. Até agora as brincadeiras sempre tinham que envolver mais gente, meio que “dirigindo”. Agora ele decide, faz coisas e inventa histórias sozinho, é tão legal <3
E do nada, agorinha, ele me chama: “MANHÊÊ! Vem aqui!”. Me dei conta que ele aprendeu com o porquinho do Cocoricó (que ele ama) e quase morro de fofura.
Lembrei de você, Mami Vera Lu, que não agüentava a gente gritando MANHÊ o dia todo… 🙂

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Íbulon

May 18, 2017 · Leave a Comment

[15-maio-2013]

Essa fase da criança de aprender a falar e principalmente expressar idéias é incrível, e muito divertida. O Otto semana passada veio com a seguinte pérola: “precisa passar protetor CELULAR antes da piscina!” <3
E algumas coisas simplesmente não consigo corrigir. Como o ípsilon, que era íbulon, e virou íspilon; e o interruptor, que é tupitôr.
No meio disso tudo, tem os chiliques típicos da idade, porque a banana quebrou ou o arroz misturou com o feijão. Aiai.
Minha conclusão até o momento sobre a maternidade se mantém — ser mãe é alternar rapidamente entre momentos extremos de fofura e amor e o desejo de ligar pro disque-homem-do-saco 🙂

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Feliz dia das mães

May 18, 2017 · Leave a Comment

Antes de ter filho eu já percebi que minha mãe mora em mim. Não exatamente ela, a minha Mami Vera Lu, que é uma pessoa maravilhosa, admirável e que amo muito, mas a mãe que eu construí quando criança. Aos poucos, conforme eu crescia, fui percebendo que a minha mãe que morava do lado de dentro não era a mesma que morava do lado de fora. É isso é bom, porque me deu a oportunidade de perdoar os erros da minha mãe humana, e admirar ainda mais os acertos. Quando a gente endeusa as pessoas, minimiza muito as qualidades (é assim que ídolos devem ser, certo?) e não se conforma com os erros (ídolos não têm direito de errar).
Mas é legal ter a mãe da gente morando aqui dentro. Ela fala comigo, me conforta e dá bronca. Às vezes ela me domina e me vejo gritando pro Otto coisas como — “SE EU TIVER QUE IR ATÉ AÍ…” 🙂 Minha mãe nunca vai me abandonar enquanto eu viver. E uma parte dela viverá com o Otto também, através de mim.
(E sei que isso é possível porque eu pude conviver com a minha mãe, e internalizá-la. Abraço todos e todas que não tiveram essa oportunidade por perderem as mães muito cedo. 💔)
Abraço também os que têm mães tóxicas. Essas mães que (provavelmente sem querer — não consigo conceber uma mãe sã magoando seus filhos de propósito) massacram seus filhos, que não aceitam deles nada menos que tudo. Que não acolhem o erro, o desvio da meta, o diferente. Que cobram o impossível, que não enxergam que o filho que ela sonhou não existe; que aquele filho que ali está é perfeito como é.
A mãe carrasca mora na gente também, e sopra julgamentos quando comemos um bombom a mais, quando dormimos sem tomar banho, quando as coisas dão errado.
“Eu avisei.”
“Eu sempre soube.”
Em 2010 me tornei mãe, e sabia que seria difícil — a maternidade idealizada nunca existiu pra mim. Só não sabia que seria TÃO difícil. De tudo que é difícil, a parte fácil é que dá trabalho: cuidar, limpar, ficar sem dormir. A parte impossível é lidar com um amor feroz, muito movido pelo medo, o pavor de ser responsável por alguém. Pavor de sentir um amor tão grande que parece que vai explodir pelos poros todos, que faz a gente sentir o coração ocupar o tórax todo, um amor que transforma a própria morte em apenas um inconveniente que vai afetar aquele ser, o filho.
Eu tinha medo de morrer. Morrer não é legal, a gente evita e tal. Mas quando temos um filho, a ideia inconcebível e que sequer se pode nomear de perdê-lo para a morte transforma a nossa própria morte em uma opção excelente. Por favor que eu morra antes, muito antes, se necessário. Minha única preocupação com minha morte desde que me tornei mãe é “ele vai sofrer”.
Eu morreria 10 mortes por ele, sem hesitar.
(Mas não me peça pra tirar uma taturana de perto dele, esse teste já aconteceu e eu falhei miseravelmente. Saí correndo.)
Quando ele nasceu, eu nasci também. Minha porção mãe nasceu (já dizendo “SE EU TIVER QUE IR AÍ…”), e a cada ano que passa admiro mais meus pais. Que tarefa hercúlea é criar humanos estando presente. Porque humanos sobrevivem muito bem em ambientes hostis, somos muito resistentes. Mas criar humanos com amor pra serem seres humanos do bem é muito difícil.
Nosso corpo transmite a carga genética automaticamente para nossos filhos, e essa é a parte fácil. Humanos, diferentes dos animais, precisam de uma outra “carga”, que toma anos de investimento — somos nós, pais, educadores, família, amigos, a sociedade, que fazemos essa carga. Ensinamos e moldamos, a maior parte do tempo sem querer.
Eu gasto a maior parte do tempo com meu filho fazendo cargas de afeto, conhecimento, ensinando o que é ser humano dentro do meu sistema. Ele é resultado da minha carga genética e também da minha carga afetiva e intelectual. Esse processo é intensivo, e a cada ano que passa se torna mais difícil, mais complexo.
(E é também por isso que não é necessário engravidar pra ser mãe. A maior parte da construção da maternidade se dá no fazer. E se intensifica quando a criança cresce)
Somos como uma grande casa, cheia de cômodos escondidos. Ser mãe abriu cômodos que nem sabia que existia, cheios de pó e coisas misteriosas. Criar o Otto trouxe luz por novas janelas, e me obrigou a arrumar e limpar tralha que eu nem sabia que tinha.
Ele continua crescendo dentro de mim, iluminando cantos escuros. E tenho certeza que dentro dele há uma parte de mim, como um DNA alienígena, que vai ajudar e atrapalhar, carrega qualidades e defeitos. Ele vai me levar onde for.
Ser mãe é a experiência de autoconhecimento mais incrível e assustadora que jamais sonhei viver.
Alguém me disse uma vez, quando nem queria ter filhos, que ser mãe me faria bem pois me faria ver o mundo de outro ponto de vista. Achei meio óbvio, claro que a maternidade dá outro ponto de vista, mas hoje entendo o recado: o mundo não gira ao meu redor. E nada dá essa dimensão de forma mais radical que ser mãe.
Ser mãe é como aprender que há outros planetas, entender a lei da gravidade e fazer aquele “zoom out” comparando a si mesma com o sol. E sair da Via Láctea. A gente ri de nervoso, porque é tudo tão imenso e incompreensível que a gente retoma a vida e vai trocar fraldas, porque as pequenas coisas da vida trazem conforto e plantam nossos pés no chão.
Para este dia das mães, convido vocês a ler (ou reler, espero) O Delírio, de Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Toda mãe é Pandora.
http://sanderlei.com.br/PT/Machado-de-Assis/Memorias-Postumas-de-Bras-Cubas-007

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Sobre o dia das mães

May 18, 2017 · Leave a Comment

A Claudia, há uns 15 anos, me contou a melhor história sobre ser mãe:
Ela era mãe recente, e como todas nós, desesperada e culpada por não saber tanta coisa e não ser a melhor mãe do mundo.
O pediatra então explicou pra ela que aquele bebê não tinha outra mãe e nem teria, que ela era sim a melhor mãe que ela teria e poderia ter. Toda mãe é a melhor que é possível ser.
**
Erro muito e todo dia, mas sei que sou a melhor mãe que eu posso ser, e a cada dia sou melhor que antes.
Ser mãe é uma função bem louca. A gente reencontra a própria mãe de verdade, a mãe idealizada (e mata ela, com sorte), a nossa criança interior (e faz as pazes com ela, também com um pouco de sorte e empenho) e conhece um novo ser humano neste mundo, novinho pra começar toda uma vida.
Ontem mesmo, sincronamente, li de João Guimarães Rosa e bateu fundo em mim: “um menino nasceu. O mundo tornou a começar”.
Ser mãe é ver o mundo começar de novo, do zero.
Feliz dia das mães <3

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Esquadrinhando

May 18, 2017 · Leave a Comment

[12-maio-2015]

“É claro que você conhece os guardiões da infância!”
Já li esse livro pro Otto umas 20, 30 vezes (é lindo, não enjoei ainda), mas hoje o Fernando fez um gesto de “espera, ouve”, e eu silenciei antes de começar a frase que abre o livro.
E o Otto começou a contar a história, perfeitamente. Uma, duas, três páginas inteiras. Ele pula uma ou outra palavra, mas mantém o sentido das frases, conta a história todinha.
(“Esquadrinhou os céus com seu telescópio…”)
Eu virei as páginas e escutei, incrédula. Com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto, não porque ele tenha memorizado a história tão lindamente, mas porque ele conta a história usando a minha entonação, inflexões, pausas expressivas, e até os gestos que eu uso em partes mais dramáticas.
Idêntico. Um espelho. E a imagem que eu vi de mim mesma foi tão linda que até agora, escrevendo, eu me emociono.
**
Leiam para os seus filhos, sobrinhos, amigos pequenos. Leiam com o coração, encontrem o drama, a comédia e o terror dentro de vocês, impressionem uma criança.
**
(Tentarei filmar. Mas parece que ele sabe que quando filma é preciso representar, e não é a mesma coisa)

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Ai!

May 11, 2017 · Leave a Comment

Maria, hoje cedo me contando:
M: “sabe o que seu filho me disse quando eu perguntei como estava na escola, se ele estava gostando?”
Eu: “hahhahaha, não, mas coisa boa não há de ser…”
Maria: ” ‘Maria, você precisa mesmo tocar nesse assunto?!’ ”
HAHAHHAHAHAHHAHA! ❤️

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